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4janeiro2012
Homens armados e encapuzados invadiram o fórum de Nova Serrana
(MG), nesta segunda-feira (2/1), renderam quatro servidores e atearam
fogo em duas salas da vara criminal. Cidade de 73 mil habitantes,
Nova Serrana está a 124 quilômetros de Belo Horizonte. De acordo
com informações do jornal Estado de Minas, antes de trancar os
funcionários em uma sala, eles exigiram ser levados até o local
onde eram guardados os processos que tramitam em segredo de Justiça.
Representante da Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis),
que conversou com juízes de Nova Serrana nesta terça-feira (3/1),
afirmou que os dois homens que invadiram o local, perguntaram pela
sala dos processos conclusos, que aguardam sentença. O incêndio
deixou cerca de 500 processos total ou parcialmente queimados.
Ninguém se feriu na ação e os assaltantes fugiram com o carro de
uma das servidoras.
O presidente da Amagis, juiz Bruno Terra, lamentou o ocorrido.
“Esse caso reedita o que aconteceu no fórum de Taiobeiras, em
dezembro de 2010, e o que já aconteceu por falta de segurança
em outros fóruns de Minas”, afirmou o magistrado. Bruno Terra
acredita que os atentados ao Judiciário serão sanados tão logo
sejam adotadas medidas severas, que dependem de iniciativa
legislativa e do próprio Judiciário, como a criação de um serviço
de policia própria para o ambiente forense, treinada especificamente
para esse tipo de demanda.
O juiz que estava de plantão na comarca, Kleber Oliveira, disse que
a estrutura do fórum é a mesma de todos os fóruns do interior e,
apesar de ter vigilância armada, não há sistema de câmeras, por
exemplo. Para ele, a participação da Amagis nestes momentos
mostra o apoio da entidade em situações excepcionais como esta.
“A presença é essencial e é um grande fator de fortalecimento da
própria instituição e do Poder Judiciário”, disse.
A invasão do fórum de Nova Serrana se soma a outras tentativas de
intimidação aos magistrados mineiros. No fim do ano passado, o juiz
Flávio Prado Kretli, de Teófilo Otoni, recebeu ameaças do crime
organizado. Há menos de seis meses, o juiz Flávio Schmidt, de
Muzambinho, foi alvo de ataques pessoais em razão de uma
decisão proferida por ele.
Em dezembro de 2010, o fórum de Taiobeiras, no Vale do Jequitinhonha,
também foi vítima de incêndio. A juíza Marcela Decat teve seu gabinete
invadido e incendiado. Em Janeiro de 2010, a juíza Daniele Rodrigues
Teixeira, de Ervália, também sofreu ameaças. Com informações da Assessoria
de Imprensa da Amagis.
Revista Consultor Jurídico, 4 de janeiro de 2012